sexta-feira, junho 30, 2006

 

Olha,...È assim...(urgahahhaa...Gregório)

Já repararam a quantidade de frases que hoje em dia se iniciam com a expressão horrorosa e pretenciosa "Olha é asssim..."
Não são só as pessoas fracas de espirito, que acham que tudo o que dizem é inquestionável e correcto, não, tambem pessoas porreiras e inteligentes que vão dizer a frase do dia e ... olha é assim...
NÃO POSSOOOO MAIS COM O "OLHA É ASSIM" !!!!
O mais grave é que depois de confrontar as pessoas porreiras e inteligentes que começam as frases com o horripilante "Olha, é assim...", (eu não falo com pessoas fracas de espirito quer comecem ou não as frases com o piroso "Olha, é assim..."), essas mesmas pessoas porreiras e inteligentes, acham que, dizer o que vão dizer, sem dizer o "olha é assim" não sôa bem. E iniciam as frases com um envergonhado... "Olha", um momento de silêncio, e a frase propriamente dita.
Dica: que tal dizerem só a frase, ponto final.
Para verem como é imbecil o "olha, é assim" imaginem o pivot do telejornal a debitar as noticias:
- Olha, é assim, o primeiro ministro esta muito satisfeito com o plano tecnológico.
Ou alguem a receber um Oscar:
- Olha, é assim, gostava de agradecer ao publico e ao meu produtor,etc.
Ridiculo. Não voltem a utilizar o macabro "Olha, é assim". Camões, Pessoa, Saramago e até a Margarida Rebelo Pinto agradecem. Pensem nisso.

P.S.: Para noites de insónia aconselho um livro chamado "quase gosto da vida que levo" de Pedro Paixão, não vos vai ajudar a adormecer, mas tambem não vai custar ficar acordado.

quinta-feira, junho 29, 2006

 

Sabado é dia de lanche

Depois de beber um belo sumo de laranja (com muita vitamina C, que os "filhasdamãe" eram terriveis) este Sabado vamos todos comer uns "belos scones". Camila prepara-te pois até o Charles vai chorar no teu ombro. E nós... Berlim está cada vez mais perto.
URTUGAL! URTUGAL!URTUGAL

quinta-feira, junho 22, 2006

 

Maldita gravata

A gravata incomodava-o.
Estava parado, parecia-lhe, á uma eternidade, e a gravata apertava-lhe o pescoço, como um desfiladeiro aperta nas margens, as águas de um rio. Obrigavam-no a usar este adorno desde a mudança da “ideologia da empresa”- Balelas. Coincidiu, mais ou menos, com a chegada dos gestores e administradores. Mas ele teria preferido continuar a trabalhar com os chefes e encarregados. Estava parado á uma eternidade. Maldita gravata...
Era sempre a ultima coisa que fazia, antes de sair de casa, era colocar aquele enfeite masoquista. Acordava de manhã bem cedo, gostava de sentir o seu corpo nu (dormia sempre nu) nos lençóis quentes do repouso noite. A sua mulher dizia-lhe – como podes dormir assim, com o corpo tão desamparado – ao que ele respondia - tenho-te a ti, mulher, para mo protegeres. Mas já lá iam dois anos com o desamparo completo. A doença súbita e a morte rápida não deram tempo de ele se habituar a dormir de outra forma. E agora, o que mais o lembrava do seu amor eram estes “pequenos nadas”, os seus pequenos erros e defeitos, que ele ignorava, respeitava e amava. Estava parado á uma eternidade. Maldita gravata...
Mas hoje seria o último dia com este aperto. O alivio veio ontem, ao final de mais um dia de trabalho, na forma de uma carta, quase anónima, fria e impessoal. Avisa-se o Sr. Tal que a sua aposentadoria foi aceite e que amanhã será o seu ultimo dia de trabalho nesta empresa. Não está autorizado a prestar nenhum serviço a partir dessa data... Assim, sem mais nem menos. Foi portanto feliz, mas com uma pontinha de raiva e de desespero que apertou o nó da gravata hoje de manhã. Depois de uma vida inteira a trabalhar, não iria ter de cumprir horários, nem ouvir reclamações, nem de atingir objectivos , nem... Estava parado á uma eternidade. Maldita gravata...Por fim entraram todos, fechou as portas, meteu a mudança, olhou pelo espelho retrovisor... afinal ainda vinha mais um turista,, a fugir para apanhar o seu autocarro. Coitado. Ultimo dia, ultima carreira, bem podia atrasar um instante a chegada ao destino. Mais uns segundos e a boa acção do dia fica feita, pensou.
Abriu novamente as portas e entrou um senhor moreno de calções com um bigode farfalhudo, que não conseguia disfarçar um sorriso matreiro.

terça-feira, junho 20, 2006

 

Fim de linha

Foi com um sorriso matreiro, para o motorista, que entrou no autocarro. Nem sempre se tem a sorte de chegar atrasado á paragem e o condutor aguardar uns instantes para que entremos no veiculo. Quando se sentou, na primeira fila, ainda sentia o coração a metralhar dentro do peito, e a respiração apertada. Arrependeu-se de ter escolhido, para vestir, uns calções, mas queria diluir-se no meio dos turistas, e, em Roma sê romano. Nunca tinha vestido calções, depois de ter passado da infância. Em adulto sempre tinha achado desapropriado andar com as pernas a descoberto. Não se sentia bem. Também o cinto o incomodava, mas não era tempo de pensar sobre isso...
Era este autocarro que queria apanhar, se não fosse este, todo o plano poderia ir por água abaixo.
Mais uma paragem... ainda não era esta.
Entrou uma rapariga e sentou-se, apesar de haver muitos lugares vazios, mesmo ao lado dele. Começou a sentir-se nervoso, era uma linda mulher, jovem, com movimentos de riacho e a atitude de mar. O seu corpo tocou no dela numa curva mais apertada Estranho como quando avançamos na idade tudo se torna tão sexual. Estaria ela a olhar para as suas pernas, como ele estava a olhar para as dela. Não devia, definitivamente, ter escolhido os calções. Tinha receio que com os seus quarenta anos parecesse ridículo.
Mais uma paragem, ainda não. O autocarro encheu-se de turistas, europeus e asiáticos, com as suas máquinas fotográficas cheios de sorrisos e paisagens mortas e estáticas, no seu melhor angulo. A jovem mulher continuava a olhar para ele, pelo canto do olho. Noutra circunstância talvez lhe suplica-se dialogo. Ele conseguia sentir o seus olhos, na parte do corpo que ela conseguia vislumbrar pelo angulo do olhar. Lembrou-se de repente da sua mãe, e, de se ter esquecido de lhe telefonar. Ela iria perdoar-lhe, todos iriam perdoar-lhe. Baixa da cidade, pessoas, muitas pessoas, pessoas num movimento continuo e perpétuo.
Passou a mão pelo cabelo negro e pelo bigode.
Respirou fundo.
Olhou directamente para os olhos da jovem mulher.
Pegou-lhe na mão – Salam alékum – a paz esteja contigo.
Puxou o cinto e fez-se explodir.

segunda-feira, junho 12, 2006

 

Porto sentido



Estou de volta depois de uns dias passados no Porto. Não é politicamente correcto um "mouro" dizer bem dos tripeiros... mas o Porto continua LINDO. A letra da musica do Rui Veloso faz todo o sentido. É uma cidade muito especial. Aqui vão duas fotos

Só um ponto negativo: O numero de pedintes toxicodependentes nas ruas, á noite, cada um com uma história mais original que o outro. Uma comédia se não fosse a degradação e a miseria por detrás de cada uma dessas pessoas.


domingo, junho 04, 2006

 

Dia da mãe


Já vai atrasado, como sabem o blog é recente e a disposição não tem sido a melhor,mas como a minha mãe fez anos no dia 1 de junho( muitos parabêns) lembrei-me e aqui vai : Para todas as mães do mundo, para todas as minhas mães, para as que sonham ser mães, para a mãe dos meus filhos e para a MINHA mãe o meu OBRIGADO.

sábado, junho 03, 2006

 

Papelucho


 

Inacreditavel

Há uns dias, foram umas amigas minhas, a um congresso em Dublin. Num desses dias fui surpreendido por inúmeras chamadas ,de uma delas, para o meu celular...
Por fim recebi a seguinte mensagem: I got you an autograph from bono vox.
Depois de ter recuperado do "estrabuchar" telefonei-lhe e a história foi confirmada na 1ª pessoa... no primeiro dia de congresso o convidado foi o primeiro ministro da Irlanda e no 2º dia quem lá foi, foi o Bono.
O papelinho foi-me entregue agora...(vou digitaliza-lo e amanhã jà o podem ver) a questão é que importância pode ter um papelinho com o meu nome e mais alguma coisa, escrito por uma das personalidades mundiais que eu mais admiro, se é que é verdadeiro(!!??), não passa de um papel...mas eu ter sido tema de conversa, durante uns breves segundos, dessa lenda viva já me faz alguma confusão.
Se for verdade (ainda me custa a acreditar) eu, que não fui ao congresso porque ...Não calhou... perdi a oportunidade da minha vida de falar com uma das pessoas que mais me influenciou. Bolas!!! Tambem não posso dizer que esta oportunidade não vai voltar a acontecer, o mundo é uma ervilha.
Se foi uma brincadeira, foi uma coisa bem feita (porque a conversa , o timing, e o nº de pessoas envolvido e elevado), e, obrigado Cristina por te teres lembrado de mim. Porque, nós só brincamos com quem partilhamos amizade.

sexta-feira, junho 02, 2006

 

Todos iguais

Mais um dia da criança (infelizmente não o são todos os dias). Jardins lotados com os putos organizados em turmas, centros comerciais cheios com putos, de mão dada com estranhos, que lhe vão comprar uma prenda. E amanhã... que dia será o de amanhã?
Nesta selva urbana vi uma amiga de infância que teve uma criança com trissomia 21. Não pude deixar de pensar que é o mundo que não está organizado para pessoas ligeiramente "diferentes". pensando melhor... só existem pessoas diferentes porque os outros são (um pouco) parecidos. Não foi Deus que criou tudo á sua imagem e semelhança??? porque não nos fez todos perfeitos? será que somos todos perfeitos?
Eu sei, Eu sei... estou um pouco sentimentalão... Mais uns dias e talvez ... estão cá os palhaços o circo vai ter de continuar. Boa noite!

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