trugia do mundo

Já faz algum tempo que aqui não escrevia nada. Não foi malandrice.

Simplesmente... por mais que tentasse só me saíam textos sobre a crueldade da guerra, as injustiças do mundo, ou pior ainda, sobre a inveja de não estar de férias.

Limitei-me assim a passear pelos vossos blogs, e por isso o meu obrigado. Podem-lhe chamar inspiração, mas a verdade é que tenho umas quantas histórias aí a rebentar, por isso voltem sempre.

Chove lá fora. Como é possivel se estamos no Alentejo e é Agosto. Cheira a terra molhada, a natureza e a frescura, a minha mãe sempre me disse que não se podia dizer que se gostava do cheiro da terra molhada. Não sei a justificação, mas tenho respeitado esta "censura materna". Não está mesmo tempo para nada...

Hoje não vou escrever

não me apetece pensar

não me está a dar para rir,

nem sequer para chorar

hoje vou ficar deitado

vou dormir, vou descançar

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Nem que haja um sismo

ou posso ter ganho a lotaria

pode até haver uma festa

ou a carteira estar vazia

hoje vou ficar deitado

vou dormir vou descançar.

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Assinaram um tratado de paz

rebentou outra guerra mundial

posso ter bilhetes para o cinema

ou os U2 a tocarem no meu quintal

hoje vou ficar deitado

vou dormir, vou descançar.

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Não me preocupo com a seca

vou deixar de fumar

não quero saber das horas

não vou trabalhar

hoje vou ficar deitado

vou dormir vou descançar.

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Lá fora faz tanto frio

aqui só preciso respirar

ninguem nota a minha ausência

e o mundo continua a girar

hoje vou ficar deitado

vou dormir, vou descançar

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Inverno 1995